sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Cidade de Deus


Filme nacional, de 2002, encabeça a lista dos 25 melhores filmes de ação da historia do cinema


O The Guadian,jornal britânico,elencou uma lista dos 25 melhores filmes de ação da história.E para grande surpresa,Cidade de Deus – filme de Fernando Meirelles – esta na honrosa 6º posição.Ficando atrás de filmes como : Apocalypse Now (1979), Intriga Internacional (1959), Era Uma Vez no Oeste (1968), Meu Ódio Será Sua Herança (1969) e Amargo Pesadelo (1972).ca

Fernando Meirelles, fica atrás somente de nomes com Francis Ford Copolla, Alfred Hitchcock, Sergio Leone e Sam Peckinpah.O que credencia ainda mais a premiado filme brasileiro como a maior película nacional de todos os tempos.

Aqui está o top 10:
1. Apocalypse Now (1979)
2. Intriga Internacional (1959)
3. Era Uma Vez no Oeste (1968)
4. Meu Ódio Será Sua Herança (1969)
5. Amargo Pesadelo (1972)
6. Cidade de Deus (2002)
7. Glória Feita de Sangue (1957)
8. O Salário do Medo (1953)
9. O Tigre e o Dragão (2000)
10. Além da Linha Vermelha (1998)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Tropa de Elite 2 – O Inimigo agora é outro



Tropa de Elite 2,se tornou a quinta maior abertura da história do cinema brasileiro.Posso garantir que toda essa euforia em torno da continuação do fenômeno de 2007 não é em vão.A seqüência do filme de José Padilha com Wagner Moura,voltando ao consagrado papel do capitão Nascimento,amplia o mundo que o filme de 2007 ajudou a criar.Afinal imagens são linguagens que devem ser vistas como um discurso a ser analisado.O primeiro filme flertava com o fascismo e com o slogan:”bandido bom é bandido morto!”.Através da criação de um Jack Bauer tupiniquim!
Tropa de Elite continua sendo fascista, continua centrado na figura do capitão Nascimento – agora coronel e subsecretario de segurança do Rio de Janeiro – mas a película me parece madura, sem ficar no clichê que o filme anterior criou. Dessa vez a luta não é entre bandido e policia, aliais isso e deixado bem claro na narração em off de Moura no inicio do filme.A grande saga do personagem agora é contra o sistema.
O capitão Nascimento, que era apenas um coadjuvante e roubou a cena em 2007, agora assume o papel principal. E é impressionante como a película se liga com força sobre o personagem de Moura. Não esperem um coronel Nascimento soltando os cachorros como no primeiro filme. Aqui o ator dá maior profundidade ao personagem, aborda outro lado. O peso dos acontecimentos caem todos sobre os ombros e Nascimento ai que Wagner Moura dá um show. Sua expressão é de um homem cansado, frustrado e acuado diante do que irá surgir ao longo da história.
O filme assim torna-se maior em grandes proporções. O suspense e a tensão dão as cartas e os méritos são todos de Padilha que conduz a história com maestria. Não espere um filme de ação, de intenso tiroteio dentro e fora das comunidades cariocas. O que Padilha quer mostrar aqui é o fator, ou podemos dizer à matéria-prima que move a violência não só no Rio de Janeiro como em todo Brasil, a corrupção!Não se espante se a câmera em um determinado momento fizer um vôo pelo Palácio do Planalto. No filme todos conspiram e a luta contra o sistema é de poucos. Padilha não poupa munições na construção de um discurso tenso. É meus amigos...personagens importantes irão morrer!
A história conta a ascensão de Nascimento, agora subsecretario de segurança do Rio de Janeiro. A partir de sua intervenção o coronel transforma o BOPE em uma maquina de guerra que livra o Rio da criminalidade. Nascimento é um herói, já Mathias (Andre Ramiro) se torna o anti-herói discordando em boa parte com os posicionamentos do seu comandante. Contra o BOPE esta o personagem do deputado Fraga (o ótimo Irandhir Santos) que vê na política dos “caveiras” um atraso para o combate da violência no Rio – Fraga representa uma outra forma de se ver a história – mas os destinos de Nascimento e do deputado logo se unirão contra o combate ao crime.Mas a eliminação do trafico não acaba com o crime organizado nas favelas que agora são controladas pelas milícias interligadas diretamente ao governo do Rio de Janeiro para fins eleitorais.No meio desse fogo cruzado o coronel Nascimento terá que contornar a difícil relação com o filho Rafael,agora com 14 anos.
Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro, é um filme pessimista. José Padilha joga no ventilador todo o discurso que criou no primeiro filme. E quem mais sofre com isso é coronel Nascimento, vendo tudo que acreditou ruir sobre seus olhos. E em um determinado momento o Nascimento que vimos na película anterior surge, pois como ele próprio narra “a questão agora é pessoal”!Em suma o novo Tropa é um tiro no peito da “democracia” em que acreditamos viver.E como o personagem de Moura mesmo fala muitos ainda vão morrer na luta contra o sistema.