Com todos esses filmes se degladiando no verão americano ficou difícil para Inimigos Públicos, filme que Michael Mann (O Informante) dirige para Universal. Mesmo com sinônimos de sucesso de bilheterias como Johnny Depp (Piratas do Caribe) e Christian Bale (Batman: Cavaleiro das Trevas) o filme passou despercebido, apesar da boa critica não teve fôlego para enfrentar super-heróis e o chato do Harry Potter.
Mann começou trabalhar em filmes produzidos para TV, ganhou notoriedade em 1986 com o filme Dragão Vermelho. Em 1992, dirigiu Daniel Day-Lewis, em o Ultimo dos Moicanos, que recebeu o Oscar de melhor fotografia. Ganhou respeito com o espetacular O Informante, recebendo sua única e merecida indicação ao Oscar de melhor diretor em 1999. Mann é considerado uns dos maiores diretores da sua geração, sua principal característica e seu estilo quase documental de seus filmes. O diretor de Fogo contra Fogo, consegue tirar o maximo do visual.O talento de Mann esta contido em produzir imagens espetaculares,mesmo em fimes violentos como o inexpressivo Colateral,onde o assassino Vicent,vivido pelo ainda astro Tom Cruise invade uma boate,disparando contra os capangas de sua próxima vitima,a cena parece um bale de tão bem feita,tudo bem enquadrado pela câmera que o diretor tem a fama de mesmo operar.
Ali (2000), com Will Smith foi sem duvida o último grande filme de Mann antes de Inimigos Públicos. Em seguencia ao filme de 2000 estão o já mencionado Colateral e o dificultoso (estouro no orçamento, refilmagens de algumas cenas e problemas com o ator Colin Farrel) Miame Vice (2006).Mann parece seguro nesse novo projeto,é impressionante seu talento em produzir cenas magníficas,como a cena em que o personagem de Depp juntamente com sua gang assalta o banco.A câmera desliza sobre a escada e acompanha Depp em ação,ou quando a personagem de Marion Coltillard aparece pela primeira vez,sua silueta aparece como uma miragem .
Depois de cometer um pequeno crime nos anos 20, John Dillinger (Johnny Depp) é preso e passa nove anos em um presídio de Indiana. O tempo é o suficiente para que ele conheça alguns dos principais ladrões de bancos da região. Logo que sai da prisão, Dillinger arma um plano de fuga para seus amigos. Em pouco tempo, o grupo comete grandes assaltos e John fica conhecido como uma espécie de Robin Hood americano, já que ele só rouba bancos, que são considerados pela população os responsáveis pela grande depressão de 29.
Tornando-se cada vez mais conhecidos pelos seus crimes, principalmente na região de Chicago, Dillinger e sua gangue passam a ser considerados Inimigos Públicos, e a prisão deles torna-se prioridade. Famoso por ter matado um grande bandido, o agente Melvin Purvis (Christian Bale) é designado como o responsável na cidade pela agência de investigações, comandada por J. Edgar Hoover, com a missão de pôr fim às ações de John. Sabendo que não será fácil capturar o bandido, ele toma como pessoal esta busca.
Em um dos raros momentos de descontração dos criminosos, Dillinger conhece Billie Frechette (Marion Cotillard). Apesar de ser uma moça humilde, filha de uma indígena e um francês, a jovem atrai a atenção do ladrão. Mesmo vivendo uma vida de riscos e aventuras, John quer estar sempre ao lado da amada, mas passa a ser cada vez mais perseguido por Purvis e seus policiais. A obsessiva caçada aos gângsteres de Chicago, e os crimes que estes cometem em outros estados, fazem com que a agência de Hoover se converta no primeiro serviço federal de investigações dos EUA, o FBI.
Não entendo com um filme tão bom possa ter naufragado na bilheteria não só americana, mas mundial. Acredito que o gênero do filme (policial/drama) não tenha agradado o maciço publico de verão americano que prefere obras menos densas. Mann tem um estilo elegante de filmar e sinceramente são poucos que entendem. Para aqueles que não compreendem a beleza das suas imagens, o filme se torna simples ou confuso,e nunca inteiramente compreendido. Mas a proposta do cinema foi sempre contar boas historias através de uma nova gramática, uma gramática universal. O que vi nesse verão, foi filmes mais preocupados com os efeitos especiais e toda pirotecnia possível, do que filmes preocupados em contar grandes histórias.Espero que um dia o publico reconheça o trabalho do grande diretor que é Mann,assim como ocorreu com Martin Scorsese em Os Infiltrados.
Ate à próxima!!
Wendell Em Cena
http://wendellbrito.blogspot.com