terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Cinema no Maranhão

O Maranhão teve seus primeiros contatos com a sétima arte no inicio do século XX. O fascínio ira nascer através do contato com os primeiros aparelhos de projeção, os cinemas ambulantes. Em São Luis, esses aparelhos proporcionavam lazer, levando o espectador a conhecer outros povos e culturas totalmente distintas da sua. O sucesso foi tão grande que as apresentações de filmes foram incluídas na noite de adesão do Maranhão à Independência do Brasil.
O cinema, então visto como linguagem revolucionária e universal, não poderia ficar de fora da festa onde foram oferecidos, aos participantes, recitais de piano e homenagens literárias. Sem dúvida a exposição de filmes foi a grande atração da noite, participando do ato final desta celebração, como afirma o jornalista Marcos Bastos.
Já em 1906, aparece a figura do senhor Rufino Coelho Junior, considerado o primeiro cineasta maranhense. O sr. Rufino apresentava seus filmes primeiramente no Teatro São Luis, em seguida mudou as projeções para o Largo dos Remédios,onde eram concorridíssimas pela população ludovicence que aguardava ansiosa por seus filmes.Com Coelho Junior nascia a cinematografia maranhense.
No seguir dos anos as projeções foram ganhando caráter mais profissional. Os locais onde ocorriam passaram a ser fixos, graças ao Ideal Cinema (1910), ganhando então, a preferência do público. Aos poucos a arte cinematográfica passa a fazer parte do cotidiano dos maranhenses. É do Ideal o primeiro Cine jornal, que se tornou um sucesso na Atenas Brasileira. O Ideal revolucionaria ainda mais trazendo ao Maranhão, em especial à capital, os primeiros filmes com enredo.
O cinema então passa não só a fazer parte, como também registrar o cotidiano da ilha, filmando procissões; políticos tomando posse de cargos públicos. Por falar em registros de políticos, a pedido do amigo José Sarney, Glauber Rocha, um dos mais importantes cineastas brasileiros, registra a cerimônia de posse do então governador eleito. O documentário Maranhão 66 é uma das mais importantes películas brasileiras, acrescida ao filme Terra em Transe, do diretor baiano.
A década de 70 foi de fundamental importância para a cinematografia maranhense. Sem dúvida esse é o período onde a produção de filmes ganha corpo e nomes importantes como Murilo Santos e Euclides Moreira Neto. Surgem no cenário local, com os chamados “cinemas engajados”, películas de forte cunho social. Murilo Santos herdou o gosto pelas artes do pai. Em 1975, através da Coordenação de Extensão e Assuntos Comunitários (CEAC), da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), participou da criação do cineclube universitário – chamado tempos depois de Uirá.O cineclube tinha o objetivo de incentivar a produção cinematográfica da época a partir dos aspirantes a cineastas.
O Uirá ganha novos adeptos, no decorrer dos anos, através de festivais onde são expostas suas películas. Murilo Santos passa a se destacar ganhando importantes prêmios e participando de conceituados festivais. Seus filmes geralmente retratam festas tradicionais e a vida do citadino, como no famoso documentário “Pregoeiros de São Luis” - película que fala da vida dos vendedores ambulantes na capital.
Atualmente, com o intuito de incentivar a produção cinematográfica regional, é realizado o festival “Maranhão na Tela”. Neste festival são exibidos filmes e documentários locais, além das melhores películas do circuito nacional, com a participação de cineastas e atores de diversas partes do Brasil. Além das exibições, são também oferecidas, para os participantes, oficinas de roteiro e edição para os amantes da sétima arte.

Referências:
Marcos Fábio Belo Matos. Os PRIMEIROS FILMES MARANHENSES. 2007
www.redealcar.jornalismo.ufsc.br/cd4/audiovisual/m_matos.doc
1
A greve de 79 e os primeiros passos do cinema no Maranhão1: Uma super 8 na mão e uma idéia de rebelião.
Izabella Lima PINHEIRO2
Lorena Lima Nascimento RIBEIRO3
Nayara Chaves FERREIRA4
Thaís Verena Carneiro ARRAES5
Franklin DOUGLAS6
Universidade Federal do Maranhão, São Luís, MA.
www.intercom.org.br/papers/regionais/nordeste2008/.../R12-0242-1.pdf

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