segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Harry Potter e as Reliquias da morte -parte II e um balanço dos 10 anos


A pouco tempo assisti o ultimo e derradeiro capitulo do bruxo mais famoso dos cinemas e poderiamos dizer da industria pop,Harry Potter.O ultimo livro,que por opção artistica e creio eu financeira ,intitulado Harry Potter e as reliquias da morte,foi dividido em duas partes.Para os fans “trouxas” ,perdão pelo trocadilho,o hiato de quase um ano entre a primeira e a segunda parte aumentou ainda mais a ansiedade e expectativa em torno da obra.

Antes de fazer meu comentario sobre o filme em si,quero fazer algumas considerações sobre esses dez anos em que nós expectadores  acompanhamos a serie.O ponto mais importante e critico de toda produção seja ela filmica,literaria ou televisiva,quando se pensa em varias sequências é o desgaste que estas continuações podem causar a história original.No caso de Harry Potter toda essa responsabilidade foi transferida a autora dos livros, J.K Rowling que conseguiu dar seguimentos as aventuras do bruxo com muita competencia.
Talvez o grande contribuição dos filmes a historia do bruxo seja uma visualização do amadurecimento da estetica e dos personagens que consequentimente resultou em uma concretude visual,ou seja,tornou-se possivel visualizar como o mundo de Harry foi amadurecendo a partir de seu crescimento,descobertas e perdas.O campo imaginario e subjetivo da literatura deu lugar ao “real” e o “objetivo” mundo da setima arte.As duas primeiras aventuras infantilizadas e burocraticas chegaram a comprometer  e desconfiar os já desconfiados não fans da obra,que na epoca era lamentavelmente comparada a trilogia O Senhor dos Aneis.
No terceiro filme,Harry Potter e o  Prisioneiro de Azkaban dirigido por Alfonso Cuarón a obra ganhou um tom mais sombrio algo que vai ser desenvolvido no seguir das sequencias.Com David Yates assumindo a direção em Harry Potter e a Ordem da Fenix a serie atingiu seu ponto maximo na minha opinião.Na estetica,os filmes com Yates ganharam um tom mais realista e cruel,a mudança ocorre por dois fatores.O primeiro,no visual,o diretor optou pela medievalização dos cenarios tornando-os mais crus e sombrios,auxiliados por um fotografia em tons cinza-azulado.Além disso Yates compreendeu que o fantastico e o magico na serie não estava  nos cenarios imaginados por Rowling ou nos fentiços e animais mitologicos.A grande fantasia e magia residia no foco aos personagens ,principalmente Harry Potter.O grande crescimento do trio de protagonistas é sem duvida o maior legado de Yates.

No último capitulo da saga,vide que fui um dos maiores criticos na decisão de dividir os livros em duas partes,mas confesso que Yates segura as pontas com maestria.Em Harry Potter e as Reliquias da Morte-parte II parte do principio do termino do filme anterior.Ao contrario do que se possa imaginar é um filme em sua maioria pessado,triste e melancolico.Logo no inicio da pelicula vemos os alunos de Hogwarts enfileirados adentrando a escola da magia sobre um trilha altamente melancolica.O diretor choca o publico com essa cena já que a escola de magia,apesar dos desafios,sempre foi um ambiente de intensa descoberta,aventura e diversão para os alunos.

Em seu grande momento na tela Daniel Radcliffe condensa toda a melancolia e dor.Por isso em alguns momentos a obra falha por Yates não investir na emoção em algumas mortes que parecem frias e despercebidas.Mas todas esse escolhas partem da ideia do diretor em transportar a otica de Harry perante aos acontecimentos para o espectador,por isso toda a emoção que sentimos parte dele ou esta relacionada a ele.Outro grande ponto alto do filme é Severo Snape,aqui temos a dimensão o quanto é fabulosa a interpretação de Alan Rickman.Seu Snape reside na fronteira entre o bem e o mal,por isso suas frases pausadas como se sempre pensasse duas vezes antes de proferir uma palavra.No campo da ação as cenas de destruição de Hogwats são fabulosas e mais uma vez  a interferencia de Yates é vista aqui.Se alguns diretores pediriam para o compositor investir e uma trilha que destacassem as cenas de ação ,aqui em Reliquias da Morte-parte II ouvimos um trilha melancolica,que nos passa a ideia de tristeza pela destruição da tão querida escola e a perda de entes queridos.

Por fim,o desfecho da serie é digno dos milhões que arrecadou.Os dez anos provaram que Harry Potter se tornou uma saga não só fantastica pelo universo criado mais também pelo amadurecimento dos parsonagens e da história em si.Por mais que milhões de dolares investidos nos filmes pudessem interferir no trabalho de um diretor,aqui acompanhamos o contrario.Deve-se muito aos diretores e principalmente a Yates com suas escolhas o caminho honroso que o capitulo final trilhou.Por que  podemos comparar Voldemort a um facista assim como Hitler?Por que podemos falar de segregação social?Essas são marcas claras de um trabalho competente de um diretor que protagonizou entretenimento e arte em uma mesma obra.

E se você imaginou um final onde Hogwats seria a ultima imagem a ser mostrada,ou a camera se distanciando dos personagens.Você se enganou.Yates termina a saga com a imagem do que julga o mais importante da saga...o trio de protagonistas!





Um comentário:

Mercia B. Monteiro disse...

Maravilhoso o texto!!!! Parabéns!! Com uma visão completa de toda a obra. Analisando-a em todas as dimensões da sétima arte. Parabéns!!!!!!
Um grande beijo, com carinho, Mercia.